
Asé ojú gbé aguélóofa

O Acaçá
As definições mais elementares do acaçá, dizem que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvida ainda quente, em folha de bananeiras.
A definição é correta, mas extremamente superficial, já que o acaçá é de longe a comida mais importante do candomblé.
Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos e bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados.
Todos os Orixás, de Exú à Oxalá, recebem acaçá. Todas as cerimonias, do ebó mais simples aos ascrifícios de animais, levam acaçá. Em rituais de iniciação, de passagem, em tudo mais que ocorra em uma casa de candomblé, só acontece com apresença de acaçá.
A pasta branca à base de milho branco, chama-se eco (èko), depois de envolvida na folha de bananeira, aí sim, será acaçá.
O acaçá, é um corpo, símbolo de um ser. A única oferenda que restitui e redistribui o axé.
O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida; e por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-e a comida e predileção de todos os Orixás.
Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar o valor de um acaçá.
Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples para ver que muitos julgaram insignificantes, a comida mais importante do candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição em deterimento do fundamento.